FONTE: www.mpf.gov.br (MInistério
Público Federal)
Justiça Eleitoral poderá impugnar candidatos que estiverem na relação de políticos com contas
rejeitadas
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro já tem em mãos, desde ontem, uma base de dados para deflagrar, nas eleições de outubro, o processo de combate a políticos condenados.
Foi entregue ao presidente do TRE-RJ, desembargador Nametala Jorge, uma lista de 920 nomes de políticos (deputados, prefeitos, dirigentes de autarquias, entre outros) que tiveram as
suas contas julgadas irregulares, de
2005 até agora, por decisão definitiva do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ).
O Ministério Público eleitoral, que recebeu uma
cópia, pretende barrar os nomes da
lista que aparecerem na relação de candidatos às eleições deste ano. Pelo menos três deputados federais - Solange Almeida (PMDB), Arnaldo
Vianna (PDT) e Edson Ezequiel (PMDB) - e três estaduais - Inês Pandeló (PT), Mario Marques (PSDB) e Alair
Corrêa (PMDB ) - aparecem na relação do TCE.
Um gestor é condenado pelo TCE quando não presta conta do
uso do dinheiro público corretamente ou quando o Tribunal verifica que a
utilização dos recursos se deu de modo irregular - superfaturamento na
compra de produtos ou remuneração de parlamentares acima dos limites
legais.
De
acordo com a Lei Complementar 64\/90, são inelegíveis "os que tiveram suas
contas relativas ao exercício de cargos
ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente". O
deputado Arnaldo Vianna, por exemplo,
teve as contas rejeitadas em 16 processos julgados pelo TCE.
A lista inclui ainda integrantes da família do prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito dos Santos (PSDB) - Narriman Zito e Waldir Zito - e da ex-prefeita de Magé Núbia Cozzolino (PMDB) - Charles Cozzolino e ela própria. Também relaciona os prefeitos de Volta Redonda, Antônio Francisco Netto - e de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset, que não disputarão este ano.
A citação na lista não representa a impugnação
automática.
Como os efeitos da lei só se aplicam em casos
de "irregularidade insanável", o TRE terá de julgar caso a caso. Para a procuradora
regional eleitoral, Silvana Batini, esta novidade representa retrocesso porque, até a
eleição passada, a simples inclusão na lista do Tribunal de Contas já tornava o candidato inelegível:
- Vamos entrar, a partir de amanhã
(hoje) numa gincana, pois o prazo é curto. Esperamos cerca de 2 mil inscrições de candidatos. Temos de saber, ao cruzar com a lista do TCE, por exemplo, o que é insanável,
o que se caracteriza como ato doloso de
improbidade administrativa.
Com a publicação das nominatas dos partidos (listagem de candidatos), o Ministério Público eleitoral terá cinco dias para pedir a impugnação.
O TRE, então, terá até o dia 5 de agosto para decidir a situação de cada um.
Procurados, Arnaldo Vianna, Edson Ezequiel,
Inês Pandeló e Solange Almeida não
comentaram a lista do TCE. Já Mario
Marques e Alair Correa não foram encontrados.
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