sábado, 12 de abril de 2014

Polícia Federal cumpre 21 mandados de busca pela Operação Lava Jato

Foram dois mandados de prisão e 21 de busca e apreensão em RJ e SP.
Operação investiga denúncias de lavagem de dinheiro e evasão de divisas

Na sexta-feira (11), a Polícia Federal prendeu duas pessoas e cumpriu 21 mandados de busca e apreensão na segunda etapa da Operação Lava Jato. A operação investiga lavagem de dinheiro e evasão de divisas em operações que teriam movimentado R$ 10 bilhões. Desta vez, o foco central são contratos da Petrobras.
No início da noite de sexta (11), o ministro da Justiça falou sobre a operação. Ele não quis fazer comentários sobre os documentos apreendidos, por se tratar de uma investigação sigilosa, e reafirmou que a Petrobras está colaborando.
“Não chegou propriamente a ocorrer uma busca porque a Petrobras voluntariamente, diante da solicitação da Polícia Federal, entregou documentos solicitados. A presidente Graça Foster imediatamente entregou, mostrando papel que a presidente da Petrobras tem de colaborar com todas as investigações”, explica José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça.
A Polícia Federal cumpriu, na sexta-feira (11), dois mandados de prisão e 21 de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Macaé, Niterói, São Paulo e Campinas. 
É a segunda etapa da Operação Lava Jato, que investiga indícios de lavagem de dinheiro em um esquema que envolveria o ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e seria comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Um dos alvos da investigação é um contrato assinado por Paulo Roberto Costa, no valor de R$ 443 milhões, que foi fechado no ano passado com a  Ecoglobal Ambiental Comércio e Serviços Ltda., que fica em Macaé, no Rio.
O negócio previa aluguel de equipamentos e prestação de serviços para a Petrobras. Na mesma época da assinatura do contrato, a Ecoglobal estava negociando 75% das suas ações para empresas de Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, presos na Operação Lava Jato.
Um dos trechos da decisão diz: “causa estranheza que empresa que consiga obter contrato de R$ 443 milhões seja negociada na mesma época por R$ 18 milhões”.
No Rio de Janeiro, os agentes da Polícia Federal foram até a Petrobras. Um delegado e três agentes da PF ficaram cerca de quatro horas dentro do edifício-sede da Petrobras. Eles foram recebidos, em uma sala de reuniões, no 23º andar, pela presidente da empresa, Graça Foster.
Segundo pessoas próximas, ela ficou surpresa com a ação da Polícia Federal, mas imediatamente acionou a assessoria jurídica para colaborar e entregar toda a documentação solicitada. Os policiais saíram do prédio levando cerca de 800 cópias de documentos confidenciais.
Os documentos apreendidos na sexta-feira (11) serão analisados pela Polícia Federal de Curitiba. As investigações começaram no Paraná e, por isso, os documentos serão trazidos para Curitiba. Desde o mês passado, 14 pessoas estão presas na capital paranaense.
A PF quer a transferência delas para penitenciárias do Paraná. O pedido é para que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, sejam levados para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, a 470 km de Curitiba. A Justiça tem cinco dias para analisar o pedido.
Em nota, a Petrobras informa que o contrato com a Ecoglobal foi precedido de licitação, em um procedimento regular. A operação da Polícia Federal esquenta a disputa no Congresso Nacional. Há uma batalha sobre o que deve ser objeto da CPI no Senado: se a investigação deve estar restrita à Petrobras ou incluir as denúncias envolvendo governos da oposição, como deseja a base aliada.
A questão foi parar no Supremo Tribunal Federal. A ministra Rosa Weber deu 48 horas para que o presidente Renan Calheiros envie mais informações antes que ela decida qual deve ser o alvo da CPI.

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